quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Mania
Tudo para mim é inevitável
Com a normalidade sempre em cisão,
E o incessante perguntar
Cansou meu coração.
Com a normalidade sempre em cisão,
E o incessante perguntar
Cansou meu coração.
As coisas são e parecem, desaparecem
E o nada sustém
O segredo da vida que contém.
A presença de tudo sempre perguntando
Coisas de angústia iminente,
Em terrível hesitação experimentando
A minha mente.
O segredo da vida que contém.
A presença de tudo sempre perguntando
Coisas de angústia iminente,
Em terrível hesitação experimentando
A minha mente.
É falsa a verdade?
Já que tudo são sonhos e tudo a essa altura pouca importa
Perante o mistério enfraquece a vontade
Em luta dividida dentro do pensar, prazer?
E a Razão cede, qual inerme,
No encontrar
Mais do que as coisas em si revelam ser,
Mas que elas, por si só, não deixam ver.
Perante o mistério enfraquece a vontade
Em luta dividida dentro do pensar, prazer?
E a Razão cede, qual inerme,
No encontrar
Mais do que as coisas em si revelam ser,
Mas que elas, por si só, não deixam ver.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
"O Deus-Verme
Fator universal do transformismo,
Filho da teológica matéria,
Na superabundãncia ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoço a podridão dos drupos agras
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!"
Eu, de Augusto dos Anjos
Fator universal do transformismo,
Filho da teológica matéria,
Na superabundãncia ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoço a podridão dos drupos agras
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!"
Eu, de Augusto dos Anjos
quarta-feira, 28 de julho de 2010
João e Maria
Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
- Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
- Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
- Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé.
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão.
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer.
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês.
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava.
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe o rabinho de um rato. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar.
- Dê mais comida para ele!
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança.
- Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver.
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado.
Assustada, Maria começou a chorar.
- Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa.
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse:
- Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer?
- Menina boba! disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro. A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
- Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
- Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
- Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé.
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão.
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer.
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês.
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava.
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe o rabinho de um rato. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar.
- Dê mais comida para ele!
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança.
- Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver.
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado.
Assustada, Maria começou a chorar.
- Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa.
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse:
- Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer?
- Menina boba! disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro. A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.
domingo, 18 de julho de 2010
Energia
Que corta os céus em um tom de lilás intenso
Irradiante!
Percebo todas as formas
Energia que circula os corpos
Energia que assume diversas cores
Conheço este novo universo
Permito que o azul celeste invada pelos
[labirintos respiratórios
Acabando com as dores,
Tonifica os corpos
Mentalizo cores vivas
Cores que produzem estado de força
Respiro como se estivesse respirando
[pela primeitra vez,
Trago toda lembrança boa
Trago toda lembrança das luzes
Acabo sendo um fruto dos céus
Lembro-me das estrelas
Resgato a minha inteireza.
Sejo menos egoísta
Resgato as melodias perdidas
Busco poesias,
pois Tudo que é vivo vibra em uma só sintonia
Irradiante!
Percebo todas as formas
Energia que circula os corpos
Energia que assume diversas cores
Conheço este novo universo
Permito que o azul celeste invada pelos
[labirintos respiratórios
Acabando com as dores,
Tonifica os corpos
Mentalizo cores vivas
Cores que produzem estado de força
Respiro como se estivesse respirando
[pela primeitra vez,
Trago toda lembrança boa
Trago toda lembrança das luzes
Acabo sendo um fruto dos céus
Lembro-me das estrelas
Resgato a minha inteireza.
Sejo menos egoísta
Resgato as melodias perdidas
Busco poesias,
pois Tudo que é vivo vibra em uma só sintonia
quarta-feira, 30 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
domingo, 13 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Feliz era o pato Agônis.
Agônis vivia no lago.
Agônis era um lindo e robusto pato, amarelo.
Agônis era feliz, vivia feliz.
Agônis tinha uma Mamãe,
que como resultado natural, provável, de um fato
a chamavam de Mamãe pata.
Que como toda Mãe, era desigual com relação a seu filho, o pato Agônis;
mas desigual com relação à um outro tipo de relação, que era um tanto desigual
Eram desigualmente desiguais.
Ela era vermelha. É, vermelha!
Mas era sua Mãe.
Agônis vivia no lago.
Agônis era um lindo e robusto pato, amarelo.
Agônis era feliz, vivia feliz.
Agônis tinha uma Mamãe,
que como resultado natural, provável, de um fato
a chamavam de Mamãe pata.
Que como toda Mãe, era desigual com relação a seu filho, o pato Agônis;
mas desigual com relação à um outro tipo de relação, que era um tanto desigual
Eram desigualmente desiguais.
Ela era vermelha. É, vermelha!
Mas era sua Mãe.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Remédio para todos os males
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Hoje eu vou fugir de casa
Vou levar a mala cheia de ilusão
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão (...)
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão (...)
sábado, 6 de fevereiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
"Por um fio"
Não me deixar paralisar pela angústia que o contato com a dor do outro provoca. Para ajudar quem está amedrontado pela possibilidade de perder algo tão valioso como a própria vida, o pior interloutor que pode existir é alguém condoído a ponto de entrar em pânico.
sábado, 23 de janeiro de 2010
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