sábado, 19 de setembro de 2009

De Fernando Pessoa

[...]Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície.
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.[...]

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e componente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequeência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o destino me conceder, continuarei fumando.

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