domingo, 6 de dezembro de 2009

“(...)Não havia um canto que não estivesse cheio de gente, nenhuma pedra
Nenhum pedacinho de terra que não cheirasse a coisa humana.
Que essa massa humana, durante dezoito anos o havia oprimido
Como uma atmosfera prenhe de tempestade
Só se tornava claro agora.”

E ali, não outrora, não outra vida,
Ouvia, soluçava, não sentia
Escutara, mas nunca dizia.

Tirada a suspeita estava.
De seus sentidos, da sua razão
Deixou na face ostentar, o que lhe sempre esteve às fuças.

O quanto derrubavam, o quanto mentiam,
O quanto mudavam, o quanto pecavam,
O quanto fingiam, o quanto destruíam

Num suspiro, desabafado, de velho-novo conhecimento
Entrevira bichos, de tantos ossos, desengonçados, entrelaçavam-se
Deles, nada restaria mesmo, seriam enterrados
Nada de lembranças, nostalgia, logo, soterrados estariam

Surge então, a resposta – ah –, a pergunta - ? –, mas nunca a dúvida.
Aquele sorriso que só não lhe roubava mesmo, a memória,
porque não a mais tinha

Em retirada, já não estava mais a névoa, cinzenta? Cinzenta.
Apareceu realmente-real-agora, só agora,
Colorido, ela enxergava tanto quanto o via, não acreditava
Surreal era, surreal fosse, né!

Incrível toque, coincidência, apego, o outono lhe trazia
Lhe mandando a nova sinfonia
Sem procurá-la, do cosmo vinha, à simetria, voltava e vinha

Daquele olhar que cheirava o sol, a infância, a gota

Lembrara das companhias, da canja que comia, da calçado que usava
Em vista disto, não doía
De alívio acordou, transbordou, pulou

- Segura minha mão – disse ela fechando os olhos, gelou
Segurou fortemente forte! Estava segura de novo, pensara
Pedido o qual, não permitia que lhe escapasse.